29/08/2010 Estresse pode causar doenças nos profissionais da Saúde
O Colegiado da Coordenação de Saúde, Segurança e Qualidade de Vida discutiu nesta sexta-feira, 18/06, a nova logística de acolhimento dos servidores acometidos por problemas de saúde. O Programa Retorno Assistido foi apresentado a gestores, médicos e psicólogos; esclarecendo desde sua abrangência até a forma de atuação. “Agora nós acompanhamos o servidor também no retorno ao trabalho, e avaliamos se houve a readaptação ou se o melhor para seu bem-estar é ser relocado”, diz Fúvia Assunção, coordenadora do Qualivida da SES.
As doenças dos profissionais de saúde podem ter origem no próprio ambiente de trabalho, a exemplo dos casos de Síndrome de Burnout, quando o assédio moral por parte dos superiores se torna recorrente. O efeito acumulativo dessa pressão pode desencadear quadros de depressões leves e até mesmo crônicas. O trabalhador sofre perda do rendimento, o que gera mais cobranças, e sustenta uma relação cíclica de exigências excessivas e problemas de saúde.
Mas a doença também pode ser anterior às dificuldades no serviço. “Um servidor pode ter uma baixa na produção por motivo do mau funcionamento da tireóide. O cansaço gerado pode ser interpretado como preguiça pelos colegas de trabalho, quando na verdade é um problema clínico que precisa ser tratado”, explica a coordenadora.
Outro ponto discutido na apresentação foram os transtornos mentais. Eles podem comprometer dramaticamente na vida social e profissional do paciente, independente de sexo e idade. O distúrbio bipolar foi o mais abordado pela psiquiatra Jane Lemos. “Normalmente sentimos alegria ou tristeza por algo que temos contato. No caso do bipolar, essas alterações não precisam de motivo real para acontecer”, explica. Nem todas as pessoas apresentam as duas alterações de humor, podendo expor apenas o quadro depressivo. No outro extremo, ocorrem delírios de grandeza, e o paciente tem dificuldade em aceitar que precisa de tratamento porque o sentimento de euforia o faz acreditar que está bem.
Presidente da Associação Médica de Pernambuco, a psiquiatra lembrou ainda que “não há uma causa única para essa doença, temos que ter a visão da interdisciplinaridade no tratamento, e avaliar o paciente em três âmbitos: biológico, investigando o histórico de parentes, psicológico, e sociocultural”. O Programa Retorno Assistido acompanhará esses casos, e quaisquer outros que venham comprometer a saúde de seus funcionários.